Adultos
A situação de pandemia COVID-19 afecta-nos a todos, colocando-nos perante novas exigências e desafios, que implicam a capacidade de nos adaptarmos e mudar o nosso comportamento no dia-a-dia. Por isso, é importante estarmos atentos e cuidarmos da nossa Saúde Psicológica e do nosso bem-estar.
O sono é uma parte fundamental da vida do ser humano. Ajuda-nos a sentir bem, focados e felizes. Uma boa higiene do sono é essencial na adopção de um estilo de vida saudável, é um pilar da saúde e da qualidade de vida. Todos temos noites de sono menos boas, mas quando não dormimos o suficiente ou bem de forma regular, isso pode afectar a forma como nos sentimos e aquilo que somos capazes de fazer durante o dia. Sabemos, por exemplo, que a falta de sono e da qualidade de sono aumentam a probabilidade de ficar doente, assim como estão relacionados com outros problemas de saúde física, tais como o excesso de peso.
O sono também é crucial para a Saúde Mental/Psicológica: de acordo com inúmeros estudos científicos, os bons hábitos de sono melhoram o bem-estar, o humor, a concentração e a produtividade, bem como as relações familiares e sociais. Pelo contrário, os maus hábitos de sono estão muitas vezes associados a sintomas de depressão, ao abuso de álcool e outras drogas, assim como à diminuição do desempenho e da produtividade. Podem, ainda, afectar a capacidade de regulação emocional, a capacidade de pensarmos e tomarmos decisões, a nossa concentração e memória, tornando mais provável que aconteçam erros e acidentes.
As pessoas que dormem muito pouco (menos de 5 horas por noite) têm maior probabilidade de desenvolver problemas de Saúde Psicológica. A investigação sugere que, por cada hora perdida de sono, exista um aumento de 14% no risco de emoções negativas que afectam a nossa capacidade de funcionar no dia-a-dia; um aumento de 38% da probabilidade de nos sentirmos tristes; ou um aumento de 23% na probabilidade de usarmos tabaco ou álcool. Somos todos diferentes, por isso todos temos necessidades de sono diferentes.
No entanto, é natural que a ansiedade e o stress provocados pelas consequências directas (saúde) e indirectas (sócio-económicas) da pandemia COVID-19 possam ter tido um impacto significativo na qualidade de sono de muitas pessoas, contribuindo para o aparecimento ou agravamento das dificuldades em dormir de crianças, jovens e adultos.
A COVID-19 surgiu ao longe, como uma ameaça para quem vive do outro lado do mundo. Mas foi-se aproximando e, aos poucos, tornou-se também um problema nosso – do nosso país, da nossa cidade, da nossa rua, da nossa casa. Não se fala noutra coisa e temos a sensação de que o coronavírus pode estar em todo o lado: em todas as pessoas, objectos ou superfícies. Sentimo-nos vulneráveis, ansiosos e sem controlo.
Estamos apreensivos relativamente ao futuro, pois a evolução de uma doença nova é imprevisível. O estado de emergência, os planos de contingência e as medidas de isolamento alteraram muito as nossas vidas e exigem-nos uma capacidade de adaptação rápida para mantermos, dentro do possível, as nossas rotinas habituais. A ANSIEDADE, A PREOCUPAÇÃO E O MEDO PODEM SER MAIS CONTAGIOSOS DO QUE O VÍRUS. Se nos deixarmos estar em permanente estado de alerta, a ansiedade deixa de ter o efeito positivo de nos proteger (de nos levar a adoptar e a cumprir as medidas que contribuem para nos deixar, a nós e aos outros, “a salvo” do vírus) para nos paralisar. Por isso, é fundamental desenvolvermos estratégias que nos permitam regular a ansiedade e combater o medo exagerado do coronavírus.
“Estou muito preocupada, “sinto-me perdido, não sei o que fazer” ou “não consigo deixar de pensar nisto!”. Se se identifica com alguma ou algumas destas afirmações, saiba que é natural senti-las. Podemos usar a ansiedade a nosso favor e combater os sentimentos negativos e desconfortáveis que ela traz utilizando 3 passos.
A nossa vida é feita de incertezas. Tomei a decisão certa? Escolhi a altura mais indicada? Optei pelo melhor caminho? Este tipo de perguntas e dúvidas acompanham as pequenas e grandes decisões, os momentos mais triviais e os mais significativos da nossa vida. No entanto, em situações de crise, em circunstâncias com resultados imponderáveis e continuadas num período alargado de tempo, os sentimentos de incerteza podem ser mais complexos de gerir, podem comprometer a nossa acção ou paralisar-nos. O contexto de pandemia que experienciamos actualmente é uma destas situações: a imprevisibilidade que o caracteriza conduz a sentimentos agravados de incerteza relativamente a diversas e diferentes dimensões da nossa vida.
Nesta situação de pandemia, é natural que sintamos incerteza e tenhamos dúvidas. Como podemos então lidar com a incerteza? Ou como podemos activar os recursos, que já temos, para lidar com ela?
Utilize esta checklist para reflectir sobre como se tem sentido nas últimas duas semanas.
Responda, o mais sinceramente possível e com base na sua experiência pessoal, assinalando com um “x” sempre que a resposta às afirmações for “sim, na maior parte do tempo”. Não existem respostas “certas” ou “erradas”, esta Checklist serve apenas para que possa reconhecer e reflectir sobre os seus pensamentos, sentimentos e comportamentos recentes.
Os resultados desta Checklist não constituem, de forma alguma, uma avaliação ou diagnóstico psicológico. Servem apenas para o ajudar a pensar sobre si próprio, sobre como se tem sentido nas últimas duas semanas. Independentemente dos resultados, se está preocupado com a sua Saúde Psicológica, procure ajuda profissional – um Psicólogo pode ajudar.